terça-feira, 14 de outubro de 2008

O que realmente importa?

O que realmente importa nessa vida?
Essa pergunta que não cala, que não para, que não deixa de pulsar em meu peito e em minha cabeça.
Encontrar o verdadeiro significado dessa existência tão corrompida e destruída, aliás, destroços não faltam. Mentiras, intrigas, dinheiro e mais dinheiro.
Muitos, inclusive eu, acreditam nessa ilusão posta capitalista do consumo, do ter, do precisar o que não se necessita, de almejar mais e mais. Desde que nasci tenho a idéia do sucesso determinado pelo status social, financeiro, econômico; o dinheiro trás felicidade ou pelo menos a facilita muito, o que não é mentira, ou será?

Questiono-me então o que é essa felicidade?
Talvez não saiba por não tê-lo como gostaria, e portanto, desconheço esse precioso bem que todo o mundo almeja, pelo menos neste mundo ocidental, capitalista, hiper-consumista.
A crise é tão grande que me pergunto ainda, se realmente gostaria de ter todo esse dinheiro que não sei nem ao menos quanto e se ainda assim seria feliz. A resposta vem em seguida dizendo-me que não. Mas então pra que querê-lo assim?
Costume? Ensinamento? Ganância? Crença? Ilusão? Necessidade?
Esta me parece a mais coerente. Mas do que realmente necessito?
Comer, morar, vestir, necessidades básicas para sobreviver. Mas para isso preciso de dinheiro. Lazer, diversão, cultura, viagem, e aí diriam que são excessos... o que descordo, afinal, todo ser humano precisa desse complemento.
O problema é este sistema capitalista desenfreado, corrupto, nojento, onde as grandes empresas dominam sem perdão, até mesmo no Estado que se submete a elas.

Democracia? Pra quem? Para servir como justificativa linda no papel. Um argumento de defesa legítimo. Claro que não para a maior parte da população, afinal, somos as peças chaves de todo esse quebra cabeça.
Robôs automatizados, de empresas que se enriquecem diariamente, minuto a minuto, com o suor nosso de cada dia, que sem Ter a menor noção, ou mesmo a tendo, submete-se `a exploração consciente do “trabalho”, para Ter o mínimo com o que sobreviver, sem dó, nem piedade.
A culpa ainda é nossa por não "estar trabalhando", ou por se permitir a não ir enriquecer o empregador. Que violência absurda é essa?:
Qual é meu direito? De verdade? Não o encontrei ainda.

CLT? Constituição? Papéis? Do que servem senão pra confirmar a burocracia e enrolação que não resolvem minha vida.
Sou ou estou inserido nesse sistema? Parecem iguais, mas na verdade tem sua tênue diferença no sentido do eu, do meu interior. E nisso entro em conflito, pois não aceito o mundo como é, e no entanto, submeto-me a ser explorado, para achar que de alguma forma sou recompensado. Que maldição. Na verdade esse sistema é uma bosta, que oprime, sufoca, mata, e ainda assim nos sustenta e alimenta. Temos desde antes de nascer, um contrato assinado com algo maior que nós mesmos? Parece que sim. Temos um caso com o inimigo de nossas vidas, e paradoxalmente, nosso fruidor. Isso é loucura pura.
Eu só que quero ser feliz, e me dizem que isso está nas coisas simples, mas ainda sim preciso disso e daquilo e volto na estaca zero. É um grande ciclo vicioso, do qual parece não Ter para onde fugir.
Quero viver das coisas que gosto e ainda me põem negativas diárias de que isso não dá, isso é pouco, não dá dinheiro. Dinheiro, dinheiro, dinheiro. A grande besta de nossas vidas, o mau, circulando nas mãos de todos sem exceção. Por ele, o mundo mata, morre, se destrõe. A culpa sempre circunstancial, religião, filosofia, crime, drogas, violência, injustiça.
São conseqüências de um mundo injusto.

Onde está a verdade, a essência das coisas, a humanidade, a beleza, a arte? Me sinto numa luta sem fim. Até quando?